sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Entrevista de Presidente do CORCAS ao jornal "Aujourd’hui Le Maroc"


M.Khalli Henna Ould Errachid, o presidente do Conselho real consultivo para assuntos sarauis (CORCAS) é membro da delegação marroquina para a negociação desta questão, considerou que o Marrocos demonstrou sua boa fé e outra parte necessita de tempo para amadurecer efectivamente a sua decisão.

Eis a seguir o conteudo da entrevista:

O jornal “Aujord’hui le Maroc” (ALM): Para o senhor como foi o Manhasset II, pode considerà-lo como um insucesso absoluto ou uma perspectiva que continua a ser aberta para as negociações?

Khalli Henna Ould Errachid: É uma questao difícil porque, neste tipo de problemas, a avaliação é difícil de fazer. Nos se encontramos numa areia movente e na qual pode avaliar uma coisa um certo momento e depois toma outra forma noutro lugar. Mas, é certo que o facto de dialogar sobre o fundo do problema constitui um acordo positivo.

ALM: A discussao vai começar diretamente sobre a autonomia ou vai-se permanecer ainda em posições de princípio como viu-se, hoje, com as declarações do Polisario?

Khalli Henna Ould Errachid: Digamos que nos estamos vivendo uma experiência de adaptação com a situação. Primeiro, é uma linguagem que não é usual e na qual não se era habituado. Temos outra visão, formação diferente e a troca de informação é algo positivo, embora que não estejamos de acordo e ainda as vezes a oposição é grande.

Mas penso que, pouco a pouco, vai-se habituar-se. Vai-se entrar na investigação de consensos e de boa fé.

ALM: Pensam, neste sentido, que a boa fé existe?

Khalli Henna Ould Errachid: Diria que nos estamos se testando um contra outro. E o Marrocos saiu com sucesso deste exame. Porque?

Simplesmente porque somos realistas. Oferecemos algo de inovador e temos a vontade de resolver este problema.

O que não é ainda o caso do Polisario e da Argélia. Testam ainda a nossa vontade neste sentido e penso que vão começar a compreender que somos sérios e para por fim ao diferendo.

O problema do Sara é um problema essencialmente psicológico.

ALM: Quando o Polisario começa a falar já da gestão dos recursos do Sara e a governança local, isso quer dizer que eles discutem da autonomia?

Khalli Henna Ould Errachid: Pode-se compreendê-lo como aquilo. Sim, é uma boa já coisa. Como jà disse aos senhores, estar duscutindo sobre o fundo do assunto constitui uma boa coisa.

Mas não se falou unicamente de aquilo, discutiu-se dos pontos fundamentais: a aplicação da resolução 1754, os princípios das posições do uma e os outro... a situação sobre este plano é positiva. Agora, é necessário que todas as partes saiam de seus "sonhos" que não podem ser realizados e para se tornar mais realistas.

Penso que vai-se avançar neste sentido. O Polisario deve compreender que o compromisso é um negócio de coragem e que, na vida, não se obtem nunca a totalidade que quer.

É necessário por conseguinte ter a coragem de aceitar uma solução, razoavel e certa, e sobretudo aquela que é muito honrosa. Neste arredondamento, falou-se -se muito claramente sincera, e tocou-se coisas que eram muito difíceis de discutir no passado...

ALM: Por exemplo.

Khalli Henna Ould Errachid: Todo, a autodeterminação, os insucessos, os equívocos do passado e as posições extremas de um e de outro, a evolução de todas as partes, os gigantes passos que o Marrocos tem feito para chegar à esta proposta e discutimos o facto do Polisario não evoluir por não compreender o sentido da história...

ALM: É o Polisario que não evolua ou seja o poder argelino que tem uma atitude face ao diferendo que não evolua?

Khalli Henna Ould Errachid: O Polisario não evoluiu primeiro porque é um movimento politicomilitar.

E esta evolução é ligada à situação interna do Polisario como o movimento politicomilitar dogmático. Referindo-se, a Argélia, há também um problema psicológico. Mas, é optimista por este lado porque os desafios da Argélia são enormes com o Magrebe, as relações bilaterais, as relações entre os dois povos.

Há por conseguinte sempre uma esperança que a Argélia possa fazer suficientemente pressão sobre o Polisario para conduzir-o assinar este compromisso histórico. Para isso, evidentemente, as negociações devem continuar para que nos possamos melhor se conhecer e aproximar-se mais... Neste sentido, este ultimo arredondamento foi positivo, mas nos precisamos, cada um do seu lado, e sobretudo outro lado, de fazer amadurecer a importante decisão e histórica que deve ser tomada.

ALM: Como presidente do Corcas, não se lamenta porque discute com pessoas que não têm propria decisão?

Khalli Henna Ould Errachid: tem dito isso em uma das minhas intervenções. Mas, o problema não é lá, nos vamos aprendendo pouco a pouco como sair destes guetos de decisão se há certamente uma boa fé. Por conseguinte, nao podemos ficar sem ser optimistas porque isto é necessário.

E sobguardar a esperança que o tempo terminará por mudar as pessoas. Penso que a Argélia e o Polisario são conscientes que é necessário fazer algo para sair de esta armadilha onde a região està. Penso também que um dia podemos estar perante alguém ou um parceiro que é capaz de reagir positivamente.

ALM: A delegação marroquina é constituída de três Sahraouis muito activos enquanto que o Polisario recusava falar com Sahraouis unionistas. Pensa que é um acervo destes dois arredondamentos?

Khalli Henna Ould Errachid: Aquilo é a prova fundamental que o Marrocos mudou-se. E aquilo é uma boa prova da boa vontade do Marrocos. No plano psicológico, é muito importante. Mas as coisas são tanto claras e nítidos e não se pode negar que a maioria absoluta do Sahraouis não é de acordo com o Polisario.

ALM: Como està sendo visto o movimento "Khat Chahid" que reclama mais democracia e discute a representatividade da delegação do Polisario à Manhasset?

Khalli Henna Ould Errachid: É uma boa evolução, se aquilo toma uma amplitude suficiente para levar o Polisario a uma negociação séria. Mas penso que a dinâmica da própria negociação, a força da proposta marroquina, o empenho, a profundidade da mudança em Marrocos, a sua abordagem, a sua maneira de negociar e a sua maneira de expôr e enfrentar o futuro que produziu a mudança.

ALM: Como està vendo ou qualificando a sequência do processo das proximas negociaçoes?

Khalli Henna Ould Errachid: Sou um homem optimista, penso que para o problema do Sara, a solução não é impossível.

Fontes:http://www.corcas.com/
http://www.sahara-online.net/
http://www.sahara-developpement.com/
http://www.sahara-culture.com/
http://www.sahara-social.com/
http://www.sahara-villes.com/